quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Mosteiro de Castro de Avelãs

Hoje venho falar e mostrar algo bastante especial e que pode passar muito ao lado de quem visita as paragens transmontanas.
Mais adiante falo disso, mas como adiantamento, digo-vos apenas que é triste algo que no passado terá sido grandioso, estar votado ao esquecimento e que durante muitos anos esteve ao abandono.
Falo-vos do Mosteiro de Castro de Avelãs.

A povoação do Castro de Avelãs dista cerca de 3 quilómetros de Bragança e o mosteiro, ou o que resta dele, avista-se mesmo antes de lá chegar efectivamente.
Hoje, uma terrinha muito pequena, quase sem gente (ou não fosse o envelhecimento que se faz sentir no interior norte de Portugal); no passado terra de senhores de muito poder.
As primeiras notícias do local datam do ano de 27 d.C., referindo-se a uma população romanizada, onde a povoação era protegida por um castro militar.
Os achados arqueológicos foram inúmeros até hoje, e dizem as más-línguas (das quais eu faço parte) que o local ainda não foi investigado convenientemente, e poderá esconder muito mais história do que aquela que lhe é reconhecida.

As próximas palavras são do inigualável Abade de Baçal acerca do Mosteiro de S. Bento de Castro de Avelãs. Para quem não conhece este nome, tenho que referir, que é um nome sonante como personalidade em Trás-os-Montes. Historiador, arqueólogo e genealogista, legou-nos a mais completa obra de memórias arqueológicas do Distrito de Bragança, obra dividida em onze volumes e referida sempre, onde o tema da arqueologia local se possa mencionar.
Voltando ao tema, o Abade de Baçal refere-se nestes termos, quanto ao Mosteiro de Castro de Avelãs:
“Há ainda de notável em Castro de Avelãs a abside e absidíolos da antiga igreja românica, (…) em tijolo, obra do século XII, exemplar quiçá único em Portugal e raro mesmo no estrangeiro. (…) parte dele, está descoberto, exposto ao tempo, para documentação do nosso desleixo, senão incompetência”. (Dizia-nos isto o Abade de Baçal no ano de 1910, e só passados mais de 84 anos destas declarações se lhe deu uma mínima atenção, não suficiente, diga-se).
E continua: “… O que singulariza Castro de Avelãs, o que lhe dá destaque principal, é o emprego do tijolo como material construtivo (…) em semicírculo sobre si. (…) É incalculável o surpreendente efeito artístico que o génio soube tirar de tão simples alteração de materiais.”

Estas e outras palavras por ele descritas (deixo apenas algo muito de leve), deixam-nos a vontade de visitar este lugar e a noção de que no passado terá sido algo de imensamente grandioso e importante, parte de um vasto território governado pelos frades Beneditinos (com imenso poder na época), do qual faziam parte as terras que hoje ocupam os concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vinhais.

Quase a terminar deixo apenas uma nota que deixarei um próximo post, sobre a curiosa Lenda do Conde D’Ariães, cujo túmulo poderão ver nas seguintes fotografias ao lado do que resta do mosteiro, assim como duas estátuas á entrada, de dois leões, que outrora suportavam o túmulo do Conde, pois eram dois dos animais do seu castelo e indirectamente foram a causa da sua morte.

Até á próxima, deixo-vos com estas fotografias, disfrutem!!!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Poesia à solta


Porque hoje me deu para reler um livro de poesia, aqui vai uma:


Vaidade

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...

E não sou nada!...


(Florbela Espanca)


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Cogumelos!


Boa noite!

Partilho hoje convosco uma daquelas iguarias, que muitos de nós adora e que nesta altura do ano surge na nossa natureza: os Cogumelos.

Não vou dizer quais os que são ou não comestíveis, até porque não saberia identificá-los, mas posso dizer-vos que uma das espécies fotografadas é deliciosa e recomenda-se.
Falo dos cor de salmão, chamados nalgumas zonas de "pinheiras".

Bem, ainda não tinha encontrado um tão belo local com cogumelos a perder de vista como este, de modo que depois de o encontrar tive que lá voltar para registar aquilo que tinha o privilégio de contemplar.

Espero que gostem!

:D