segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Transmontanos


Olá pessoal! Hoje venho trazer um "post" que li à pouco sobre "Ser-se Transmontano" e eu, como boa transmontana que sou, não podia ficar indiferente :)

Passo a transcrever:

"7 coisas que os transmontanos não são, ca*&@#o"

"1. Não são ignorantes
Ao contrário do que aparece às vezes nas novelas (apesar de haver tantas personagens transmontanas como albinas ou tuberculosas), a gente de Trás-os-Montes não é alheia ao resto do Mundo. Os transmontanos sabem o que é um mp3 e não choram de contentamento ao ver o mar (como aconteceu numa novela da TVI, há tempos), a não ser que fossem cegos antes disso, que aí já era uma boa razão para carpir. Nenhum transmontano vive em cativeiro nem é mais ignorante do que qualquer outra pessoa, pelo simples facto de vir de onde vem, ok?

2. Não são desprovidos de Internet
É provável que tenhas ficado surpreendido com o título deste slide, mas é verdade! Existe Internet em Trás-os-Montes – bem como em todo o interior do país – e existe acesso a toda a informação que todo o resto do país tem (se bem que por vezes era melhor que não houvesse). O pessoal do interior não só tem acesso à Internet (quando o MEO não demora 2 semanas a vir arranjar o cabo), como ainda cria conteúdo para a mesma. Sim, há alguns sites e/ou páginas que são de lá e tu assumes que são Lisboetas, porque a escrita não tem sotaque.

3. Não são todos agricultores ou pastores
Não, os transmontanos, os alentejanos e a gente da Beira Interior não vivem todos da agricultura, não têm todos um bronze à trolha por passarem a tarde toda a lavrar, nem têm sempre as unhas cheias de terra. Da mesma forma, também não possuem todos um rebanho de ovelhas – ainda que isso fosse engraçado – nem passam o dia inteiro deitados num planalto com uma boina a escrever poemas sobre a natureza, como Alberto Caeiro. O interior também tem cidades, serviços e pessoas completamente normais (às vezes).

4. Não são todos torgueiros
Por mais estranho que possa parecer, os transmontanos não têm todos uma valente unicelha nem andam todos com um palito na boca, num tractor xuning ou numa mula manca. Não falam todos alto nem se riem como se tivessem sido criados no meio de javalis. Ao contrário do que se possa pensar assim de repente, as mulheres transmontanas também não têm todas um buço semelhante ao de um garoto do 9° ano que já devia ter tirado aquele bigode mas, por alguma razão, tem vergonha de o fazer. Mulheres bonitas? É o que mais lá há!

5. Não são maus falantes
Quando vão estudar ou trabalhar para cidades maiores (ou melhor, para as cidades da parte visível do país), os transmontanos são muitas vezes gozados pela sua pronúncia, que é muitas vezes referida como “falar à torgueiro”. Pois bem, a verdade é que o pessoal do nordeste não fala melhor ou pior do que os outros. É uma questão de sotaques (há muitos e muito carregados por todo o país) e de expressões regionais (das quais já falamos neste artigo anterior), que também existem em todos os cantos do país. Ah, e a conjugação dos verbos de acordo com o pronome “vós”, em vez de “vocês” está totalmente correcta, portanto não sejam tontos a dizer que está mal.

6. Não estão em 1980
Tal como já referimos, existe acesso à Internet e a toda a informação em todo o país. Como tal, as tendências também chegam a Trás-os-Montes e, mais uma vez, a todo o interior no geral. Não, já não se usam calças à boca-de-sino, no interior, nem os penteados dos Beatles ou da Teresa Guilherme em 1990. Infelizmente para todos nós, também se usam leggings horríveis e os miúdos também arranjam chapéus da Obey. As salas de cinema também não estão a estrear agora o Jurassic Park original.

7. Não são os que comem melhor
Estava a brincar! São sim senhor! Só quem é de Trás-os-Montes é que sabe o verdadeiro sabor de uma Alheira em condições, e conhece o cheirinho de uma Feijoada à Transmontana, que é uma mistela de feijão vermelho com todo o tipo de enchidos e carnes de porco. Só quem já provou é que sabe que isto é do melhor que há, bem como uma valente Posta Mirandesa, com carne de vitela mirandesa.

Meus amigos, é mesmo assim. Trás-os-Montes não é o Fim-do-Mundo. É uma região tão bonita e tão rica como todos os recantos do nosso país."


Devo dizer, em jeito de confidência que relativamente ao ponto 7, eu, apesar de "boa transmontana", troco sem pensar duas vezes essas iguarias por uma qualquer outra cozinha do mundo, chinesa ou japonesa por exemplo....Nesse aspecto já fui apontada muitas vezes por não ser completa fã da cozinha tradicional....

Ups!!! Lá se foi o "Ser Transmontana" :P não devia ter dito isto! eheheh ;)

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Diz o blogue que não compreende as mulheres...


Boas malta!!

Sigo um blogue que me delicia com alguns dos seus "posts".

Chama-se "Não compreendo as mulheres" e é giro ler a visão de algumas coisas sob a perspectiva masculina, ajuda-nos sempre a ver as nossas situações e comportamentos de outro modo, e nós mulheres somos terríveis por vezes lol.

Hoje li este post e achei por bem partilhá-lo, gostei do que me transmitiu... Passo a citar:

"estado satélite a rondar a vida

Não sei quantas vezes, num café ou noutro sítio qualquer, me apetece meter conversa com uma mulher. Não estou a falar de engate, estou mesmo a falar sobre conversar. É que há mulheres que têm qualquer coisa que me dá vontade de as conhecer. Há quem lhe chame uma questão de pele, mas eu não. Não tem a ver com a pele, tem a ver com o que nos falta naquele momento. É isso, é uma questão de falta.
Claro que eu nunca meto conversa com ninguém ou, pelo menos, é mesmo muito raro. Sou tímido que chegue e, por isso, costumo ficar na expectativa que venham falar comigo. O que, convenhamos, também quase nunca acontece.
Aconteceu-me agora mesmo.
Tudo porque entrei numa pastelaria às oito da manhã e recusaram-se delicadamente a servir-me uma cerveja. Explicaram-me que só servem bebidas alcoólicas depois das onze, o que eu compreendi. Ainda assim, expliquei que no meu caso não eram oito da manhã. Vinha do trabalho e, antes de ir para casa dormir, apetecia-me beber um copo.
A senhora acabou por me deixar beber duas cervejas Sagres e comer uma empalhada. A mim e a uma mulher que também estava na minha situação e aproveitou a coisa para, também ela, beber um copo. Sentou-se na minha mesa e disse que precisava de falar com alguém que, como ela, ande ao contrário no mundo.
Naquele momento foi isso que nos uniu, o ritmo da vida. Todos os que entravam naquele espaço queriam ler o jornal durante um galão e uma torrada ou um café e uma nata. Só nós é que queríamos espairecer duma jornada de trabalho.
Gostei da expressão "ao contrário do mundo", porque é exactamente assim que me sinto. Não é que me sinta mal. É mais sentir-me numa órbita qualquer do que devia ser a vida, como um satélite que ronda um planeta mas nunca lhe toca. Quando é assim, se dois satélites se cruzam no espaço, porque não beberem uma cerveja juntos?
Despedimo-nos depois de trocarmos números de telefone, para um dia destes repetirmos uma cerveja matinal (o que provavelmente nunca vai acontecer). Ela foi-se embora e eu vim para casa. Acho que foi sempre assim que me apaixonei... no estado satélite a rondar a vida. Apenas hoje não aconteceu."


Boas continuações a quem como o autor, não compreende as mulheres ;D

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

As Velas Ardem Até Ao Fim



Terminei há pouco um livro. Uma reflexão de anos e anos de vida de alguém que quando se sentiu traído pelas pessoas que mais amava, se fechou em si mesmo e disse um "adeus" à vida que existia em seu redor...

...41 anos depois do "abandono", quando tem a oportunidade de ter olhos nos olhos uma dessas pessoas, num jantar onde as velas arderam até ao fim, faz uma reflexão sobre os anos de solidão e de compreensão da própria vida.

Uma viagem a muitos "lugares" escondidos em nós, seres humanos...

Deixo uma de muitas passagens deste fabuloso livro, que não sendo uma leitura demasiado apelativa (para mim), encerra reflexões que nos podem trazer mais consciência de certas...coisas/situações.

Passo a citar:

"...O desejo de ser outro, diferente daquilo que somos: não pode arder um desejo mais doloroso no coração humano. Porque não é possível suportar a vida de outra maneira, apenas sabendo que nos conformamos com aquilo que significamos para nós próprios e para o mundo. Temos de nos conformar com aquilo que somos e de ter consciência, quando nos conformamos, de que em troca dessa sabedoria, não recebemos elogios da vida, não nos põem no peito nenhuma condecoração por sabermos e aceitarmos que somos vaidosos ou egoístas, carecas e barrigudos - não, temos de saber que por nada disso recebemos recompensas, nem louvores. Temos de suportar, o segredo é isso. Temos de suportar o nosso carácter, o nosso temperamento, já que os seus defeitos, egoísmo e avidez, não os mudam nem a experiência, nem a compreensão. Temos de suportar que os nossos desejos não tenham plena repercussão no mundo. Temos de suportar que as pessoas que amamos, não nos amem, ou que não nos amem como gostaríamos. Temos de suportar a traição e a infidelidade, e o que é mais difícil entre todas as tarefas humanas, temos de suportar a superioridade moral ou intelectual de uma outra pessoa. Foi isso que aprendi durante 73 anos aqui, no meio da floresta."

Recomendo a leitura.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Lago da Sanabria


E porque estava no último "post" em Ribadelago, mesmo ali ao lado (literalmente) encontra-se o Lago da Sanabria.

E como no interior não temos "mar" (que por sinal é algo que me faz muita falta), temos que nos adaptar ao que existe e entre a albufeira do Azibo (Macedo de Cavaleiros) e o Lago da Sanabria (Espanha), estão as nossas opções mais parecidas a "algo de mar".

Já diria o povo: "Quem não tem cão, caça com gato" e, sendo assim, estas opções fazem as nossas delícias nos meses de Verão.

Fiquem com as imagens de lá, numa das últimas vezes que o visitei.


domingo, 2 de agosto de 2015

Ribadelago - 56 anos depois da catástrofe


Hoje quero deixar-vos o registo fotográfico de uma aldeia espanhola (no afamado Lago da Sanabria) que ficou eternamente marcada pela catástrofe que ocorreu dia 9 de Janeiro de 1959.

Numa paisagem rude, marcada pelas montanhas escarpadas, uma barragem bem no alto de uma montanha rompe-se e no meio da escuridão da noite, a força da água leva consigo a aldeia de Ribadelago e consigo os seus habitantes, cerca de 144 pessoas, casas e animais.

Quando lá fui a primeira vez, há mais de 15 anos, a única coisa que podia ver além das cruzes a homenagear os desaparecidos, eram só os escombros de pedras e mais pedras amontoadas.

Hoje, tantos anos depois e apesar do cenário trágico que ali se viverá sempre, é com alguma alegria que pude ver o renascer de muitas casas, e pouco a pouco a volta a um local que foi abandonado na altura, e ficou apelidado de Ribadelago Viejo (velha), pois uma nova aldeia foi entretanto construída - Ribadelago Nuevo (nova).

Neste momento, as duas têm vida e a velha aldeia (ainda formada de escombros), tornou-se ponto de passagem de turistas e curiosos que ouvindo falar da história, não querem passar por ali sem ver o que ficou.

Deixo-vos um link para quem quiser e tiver curiosidade em saber mais desta história:

https://www.youtube.com/watch?v=F7PcsQcjmHM


E deixo-vos também o meu registo do local, 56 anos após a tremenda tragédia que surpreendeu e fez desaparecer tantas pessoas.